segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Um pouco da história do sling

Por Mariana Mesquita
O sling é uma faixa de pano com cerca de dois metros de comprimento, com argolas reguláveis que permitem formar uma espécie de saco ou rede, onde se carrega o bebê em várias posições. Trata-se de uma "novidade" que tem raízes bem antigas. Em diversas culturas da África, da Ásia e da América, é comum transportar os bebês junto ao corpo, usando para isso vários tipos de “faixas”. Instintivamente, essas mães procuram fortalecer a conexão com seus bebês, criando uma espécie de “barriga de transição”, exatamente como a que os cangurus e outros marsupiais possuem. Pesquisas recentes demonstram a sabedoria desse costume: é o caso de teorias como a de exterogestação, que afirma que os bebês humanos nascem muito mais imaturos do que outros filhotes de mamíferos, pois do contrário não conseguiriam passar pelo canal de parto, e a gestação teria de continuar externamente até os nove meses após o nascimento – época em que a maioria das crianças já engatinha ou mesmo começa a andar. Extremamente indefesos e ligados às suas mães, os bebês sofrem menos e se desenvolvem melhor se puderem manter contato direto com elas. Isso ainda é mais visível no caso de crianças prematuras – existem trabalhos científicos realizados em UTI’s neonatais, como no caso do Projeto Mãe Canguru, do Imip (PE), que coloca mães e filhos “colados” 24h, e o contato pele-a-pele faz com que os bebês se recuperem mais depressa, facilitando também a amamentação. Carregando seus bebês, as mulheres das culturas tradicionais têm outras vantagens: podem se locomover mais facilmente e realizar suas tarefas diárias sem maiores preocupações, contando com seus braços livres. Estes bebês costumam ser mais relaxados, dormir melhor à noite e sofrer menos de cólicas e de morte súbita, pois estão sempre em contato direto com suas mães, ouvindo sons semelhantes ao que escutavam quando estavam na barriga e aprendendo com a respiração continuada delas. Dentro do porta-bebê, o pai ou a mãe compartilha calor, cheiro, aconchego com o filho, mostrando que está disponível e que o ama. Nos Estados Unidos e Europa, o uso de porta-bebês variados tem se popularizado nos últimos anos. Um dos mais conhecidos é o sling, que pode ser ajustado em várias posições e imita a posição natural dos braços que carregam uma criança. Ao contrário dos “cangurus”, que não podem ser usados por recém-nascidos e bebês sem firmeza no pescoço, ele pode e deve ser usado sem restrições já a partir do nascimento. O sling também respeita o desenvolvimento do bebê que começa a sentar, pois não força as perninhas a se manterem abertas nesta fase de formação das articulações do quadril. Além de ser muito mais barato que um carrinho, cadeirinha ou outros meios de transportar seu bebê, o sling tem uma vida útil mais longa: pode ser usado até cerca de 25kg, o que vai depender principalmente da capacidade física do pai ou mãe de sustentar esse peso. Prático, pode ser lavado sempre que se desejar, à mão ou na máquina, e é muito mais fácil de se carregar que qualquer outro “substituto”. Experimente! Nada é mais gostoso que ter seu filho pertinho de você. _Texto extraído do Blog Casulinho.

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